segunda-feira, 24 de janeiro de 2011

DE QUEM É A CULPA?

Até a noite de ontem, domingo, segundo dados oficiais, a tragédia que se abateu sobre a Região Serrana do Rio de Janeiro somava 806 mortos, 469 desaparecidos e 20.000 sem teto.
Ao todo, morreram  391 pessoas em Nova Friburgo, 327 em Teresópolis, 66 em Petrópolis e 22 em Sumidouro. O total de desalojados (pessoas que ainda poderão retornar às suas casas)  chegou a 11.077: 3.662 em Petrópolis, 3.220 em Nova Friburgo, 1.300 em Teresópolis, 1.186 em Bom Jardim, 1.031 em Areal, 290 em Sumidouro, 288 em Santa Maria Madalena, 40 em Carmo, 32 em São Sebastião do Alto e 28 em Macuco.
A contagem parcial de desaparecidos, feita pelo Ministério Público Estadual, até então, chegou a 469 - na véspera, baixara de 430 a 417. São 180 em Teresópolis; 191 em Nova Friburgo; 48 em Petrópolis; 42 em localidades não informadas; 4 em Sumidouro; 1 em Bom Jardim; 1 em Cordeiro; e 2 em São José do Vale do Rio Preto.
É triste, lamentável que tragédias assim continuem ocorrendo.
E aí hoje me deparei questionando: existem culpados? Quem são eles?
Será Deus o culpado? Deus, que é onisciente e onipresente, por que não impediu que isso acontecesse?
Não é assim que os homens questionam sempre que tragédias naturais, ou não, acontecem?
Existem responsáveis, é verdade. Mas não é Deus.
Muitos são os culpados. Há toda uma série de irregularidades que contribuíram para a tragédia. A região serrana possui um traçado muito irregular, exatamente por se situar entre morros e serras, cercada por encostas, barrancos, ladeiras e terrenos instáveis, propícios a desabamentos e enxurradas.
E o poder público por seus órgãos de habitação, urbanização e licenças ambientais? E a fiscalização? O que foi feito, ao longo dos últimos anos? Deixaram-se corromper pela especulação imobiliária desenfreada que exigia ocupação em localizações impróprias, sem a necessária infra-estrutura urbana?
E os próprios moradores, diante de uma situação que perdura por anos de ameaça – pois esta foi uma tragédia anunciada – e nada fizeram? Ou simplesmente fizeram: contribuíram para a expansão urbana e a ocupação de áreas de risco.
Há atitudes sérias e prementes a tomar. Mudar de lugar, de forma permanente, ou temporária, conquanto que se fiscalizem as futuras construções, promovam-se programas públicos de obras que corrijam a situação e evitem problemas futuros.
Se isso não acontecer, preparemo-nos para tragédias futuras!
Mas, por favor, não culpem a Deus!

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