quarta-feira, 13 de fevereiro de 2008

MORTE E VIDA NAS FLORESTAS: O DESMATAMENTO SEM FIM

O desmatamento nas florestas brasileiras ocorre desde a chegada dos portugueses no ano de 1500. Interessados no lucro com a venda do pau-brasil na Europa, os portugueses iniciaram a exploração da Mata Atlântica. As caravelas portuguesas partiam do litoral brasileiro carregadas de toras de pau-brasil para serem vendidas no mercado europeu. Enquanto a madeira era utilizada para a confecção de móveis e instrumentos musicais, a seiva avermelhada do pau-brasil era usada para tingir tecidos. Desde então, o desmatamento foi uma constante. Depois da Mata Atlântica, a Floresta Amazônica passou a sofrer as conseqüências da derrubada ilegal de árvores. Em busca de madeiras de lei como o mogno, por exemplo, empresas madeireiras instalaram-se na região amazônica para fazer a exploração ilegal. Um relatório divulgado pela ONG ambiental WWF revela que o desmatamento na Amazônia já atinge mais de 13% da cobertura original. O caso da Mata Atlântica é ainda mais trágico, pois apenas 9% da mata sobrevivem com a cobertura original da chegada dos portugueses. Embora os casos da Floresta amazônica e da Mata Atlântica sejam os mais problemáticos, o desmatamento ocorre em todos os lugares deste país “aberto, sem fronteiras”. Além da derrubada predatória para fins econômicos, outras formas de exploração têm provocado o desmatamento. A derrubada de matas tem ocorrido muito nas frentes agrícolas. Para aumentar a quantidade de áreas para a agricultura, fazendeiros derrubam quilômetros de árvores para o plantio. O crescimento das cidades também tem provocado a diminuição das áreas verdes. O crescimento populacional e a expansão industrial demandam áreas amplas nas cidades e regiões periféricas. Áreas enormes de matas são derrubadas para a construção de condomínios residenciais e pólos industriais. Rodovias também seguem neste sentido. Cruzando o país, de norte a sul, leste a oeste, projetos rodoviários provocam a derrubada de grandes faixas de florestas. Outro problema sério, que provoca a destruição do verde, são as queimadas e incêndios florestais. Muitos deles ocorrem por motivos econômicos. Proibidos de queimar matas protegidas por lei, muitos fazendeiros provocam incêndios para ampliar as áreas para a criação de gado ou para o cultivo. Também ocorrem incêndios por pura irresponsabilidade de motoristas. Bombeiros afirmam que muitos incêndios têm como causa inicial as pontas de cigarros jogadas nas beiradas das rodovias. Mas este problema não é exclusivo do Brasil. No mundo inteiro o desmatamento aconteceu e ainda está ocorrendo. Nos países em desenvolvimento, principalmente asiáticos como a China, quase toda a cobertura vegetal foi explorada. Estados Unidos e Rússia também destruíram suas florestas ao longo dos séculos. Embora todos estes problemas ambientais estejam ainda em curso, verifica-se uma diminuição significativa em comparação ao passado. A consciência ambiental das pessoas está alertando para a necessidade de uma preservação ambiental. Governos de diversos países e ONGs de meio ambiente têm atuado no sentido de criar legislações mais rígidas e uma fiscalização mais atuante para combater os crimes ecológicos. As matas e florestas são de fundamental importância para o equilíbrio ecológico da Terra e para o bom funcionamento climático. Esperamos que com o agravamento do aquecimento global, o homem tome definitiva consciência destes problemas e comece a perceber que antes do aspecto econômico do ganho financeiro, está outro aspecto vital: aumentar o nível de consciência ecológica, em especial, entre os empresários do setor e desenvolver mais pesquisas para o uso de produtos que não derivem das florestas, antes que seja tarde demais. Vejamos um alerta bíblico: Não erreis: De Deus não se zomba; porque tudo o que o homem semear, isso também ceifará. (Gl 6.7). Presenciamos hoje as maiores, as mais sérias e as mais drásticas conseqüências do desenfreado desmatamento que teve início há mais de 500 anos e que vem ano após ano se agravando. ”Plantamos” mal “colheremos” mal. Pior ainda dá-se quando sequer plantamos, apenas derrubamos e destruímos. Deus tenha misericórdia de todos nós!