quarta-feira, 26 de dezembro de 2007

EM DRUMMOND TAMBÉM HÁ GRAÇA

Em minhas reflexões e procuras sobre o significado da vida e o confronto entre as idéias do economista que busca na ciência e as do pastor que busca – e encontra - na Bíblia Sagrada respostas para seus questionamentos, encontro respostas, também, entre pessoas reconhecidamente sem muita intimidade com Deus e com as “coisas do espírito”, mas que são sensíveis para entender e interpretar os sentimentos e que, consciente ou inconscientemente, revelam a graça. Veja como Drummond interpreta, neste poema, o amor:


AS SEM RAZÕES DO AMOR

Eu te amo porque te amo
Não precisas ser amante,
e nem sempre sabes sê-lo.
Eu te amo porque te amo.
Amor é estado de graça
e com amor não se paga.

Amor é dado de graça,
é semeado no vento,
na cachoeira, no eclipse.
Amor foge a dicionários
e a regulamentos vários.

Eu te amo porque não amo bastante a mim.
Porque amor não se troca,
não se conjuga, nem se ama.
Porque amor é amor a nada,
feliz e forte em si mesmo.

Amor é primo da morte,
e da morte vencedor, por mais que o matem (e matam)
a cada instante de amor.

(Carlos Drummond de Andrade)

sexta-feira, 9 de novembro de 2007

ESTUDOS CIENTÍFICOS ASSOCIAM HORMÔNIO À GENEROSIDADE

Surpreendi-me hoje ao ler na internet as notícias do dia - via BBC Brasil.com - e encontrar uma publicação em que se associa o hormônio ocitocina ao altruísmo e à generosidade. Em resumo: cientistas americanos da Claremont Graduate University estudaram os efeitos do hormônio em voluntários que deveriam decidir se davam ou não dinheiro a estranhos. Na pesquisa os que receberam o hormônio ofereceram 80% mais dinheiro que aqueles que tomaram uma substância inerte, um placebo. Para Paul Zak, que chefiou a equipe de pesquisa, o hormônio acionou a alavanca da empatia no cérebro: " é a empatia que nos faz abrir a carteira e ajudar estranhos generosamente", explicou o médico." A ocitocina afetou de maneira específica e intensa a generosidade nos voluntários, quando eles foram levados a pensar sobre os sentimentos de outras pessoas. Em outro estudo - dessa feita em 2005 - Zak estabelecera uma relação entre a ocitocina e a confiança e a fidelidade, demonstrando que o hormônio provoca uma mudança na química cerebral que tem uma importância evolucionária. Para o pesquisador: "quanto mais confiamos e cooperamos uns nos outros, mais benefícios vamos obter juntos". Vale ressaltar que a ocitocina (ou oxitocina) é um hormônio produzido na região central conhecida como hipotálamo e armazenado na hipófise. O hormônio é responsável pela estimulação das contrações uterinas no trabalho do parto e também está envolvido na produção de leite no período da amamentação. Outra informação destacada: o hormônio pode ser produzido sinteticamente. À parte as explicações científicas e médicas, algo maior se destaca nessa informação que colhi e que ora compartilho com os leitores deste blog: o homem é um ser social e é nos relacionamentos que encontramos razão para ser e viver. Nós da COMGRAÇA E PAZ nos sentimos naturalmente generosos, porquanto temos aprendido na convivência e na comunhão - com os que estão conosco no Caminho - que importa construir relacionamentos solidários e eternos. Aqui o economista se entusiasma com a informação sobre a ligação do hormônio ocitocina com a generosidade, mas o pastor que "lê a Bíblia com os olhos da Graça" vê em todo lugar a generosidade e sabe que deve ser assim, pois Cristo nos deu o exemplo maior de amor e generosidade por inteiro, Sua vida Ele nos deu, Sua morte concretizou a "doação" e Sua ressurreição nos deu a vida eterna. Resta-nos - como verdadeiros discípulos - entender que não necessariamente precisamos tomar o hormônio sintético, posto que em Cristo, a ocitocina é liberada graciosamente em doses cada vez maiores e nos torna mais solidários, generosos, altruístas, sempre à procura não de disputa ou concorrência, mas de cooperação. Sabemos - pela compreensão da Graça - que Ele nos alcança sem que tenhamos mérito algum ou merecimento próprio, portanto, cabe-nos retribuir ao próximo, de forma generosa, também sabendo que não devemos buscar por méritos ou merecimentos. Importa-nos fazer o bem e reconhecer a regra áurea, em Mt 7.12: "Portanto, tudo o que quereis que os homens vos façam, fazei-lho também vós, porque esta é a lei e os profetas".

segunda-feira, 8 de outubro de 2007

A DOR DA PERDA

Há mais de um mês – a partir do início de agosto – um tema passou a me incomodar e a se sobrepor a cada dia sobre os demais: a morte. Esse aspecto recorrente do assunto me levou a fazer pesquisas de ordem espiritual e teológica sobre o tema. Será a morte o fim de tudo? Qual o sentido da morte, a razão de ser e o propósito da finitude do homem na imensidão do cosmos? Quão complexa é a abrangência do tema, porquanto sucinta diversas abordagens, cada qual entrelaçada com os liames dos sentimentos de alívio, amor, compaixão, desligamento, insuficiência, impotência, exaustão, revolta, inconformismo, sofrimento, separação, limitação, desânimo e perda! Continuei em busca de respostas para minhas indagações e aí chegou o mês de setembro. Nele recebi, de forma abrupta e inesperada, a notícia, meu irmão Beto em telefonema no final da noite do dia 12, avisa-me sem mais demora que nossa mãe, Dinorá, falecera havia pouco mais de uma hora. Falar do que eu senti naquele momento não sei se consigo exprimir. Choque pela notícia, misto de dor e impotência. Dor pela perda, impotência posto que eu sabia que não poderia viajar –na manhã do dia seguinte - para São Luís e participar da dor em família, velório e sepultamento. Pensando melhor: mesmo que pudesse viajar, certamente não chegaria a tempo de participar do funeral, na dupla condição de filho e pastor. Queria abraçar meus irmãos, minhas irmãs, tios, tias, parentes, enfim. São tantos..!Gostaria de falar à todos, queria falar da dor da perda, mas também da certeza do amor de Deus, expresso de forma grandiosa e graciosa (João 3.16), pois entregou Seu Filho aos algozes para morrer por cada um de nós. O sangue derramado na cruz do calvário nos deu vida eterna, e isso é o que importa. Difícil convencer o incrédulo, certamente, mas para os que crêem é a certeza de que mesmo na morte- que para tantos simboliza o fim – fortalecemo-nos na firme convicção de que há esperança e que não é o fim...ao contrário, é o início de uma nova etapa –no céu, aguardando a Nova Jerusalém, quando da segunda vinda do Senhor Jesus..! E que Ele venha,Maranata...!
Que meus leitores do blog me desculpem pela demora em postar novas mensagens ou textos, mas a dor da perda foi a razão maior para diminuir o ritmo e a intensidade de minha vida. Mas como todos dizem – a vida continua! Vamos em frente, e que Deus nos conduza a todos!

sexta-feira, 10 de agosto de 2007

AGOSTO:GOSTO, DESGOSTO, A CONTRAGOSTO...!

Estamos em agosto. Para muitos o mês do desgosto, o mês do azar, dos desastres e das tragédias. É o mês de morte, mês do medo. Que coisa! Vivemos em um país com predomínio do misticismo, da magia e do sincretismo religioso. Na “nave dos relativos”, não parece haver espaço para o absoluto de Deus. Atribuir simples e ilusoriamente ao mês de agosto um conjunto de fenômenos naturais ou não, é pensar de forma mística e supersticiosa, é fazer recair sobre o espaço e o tempo, isolada ou conjuntamente, poder a algo que, por si só, não faz sentido. Enquanto isso vejamos algumas curiosidades sobre acontecimentos em agosto:
- o início da 1ª Guerra Mundial, dia 01, ano de 1914.
- os lançamentos das bombas atômicas sobre o Japão (04 – Hiroshima e 06 – Nagazaki, ano de 1945).
- a morte por suicídio de Getúlio Vargas, dia 24, ano de 1954.
- a finalização da construção do muro de Berlim, dia 13, ano de 1961;
- o trágico acidente que matou Juscelino Kubitschek, dia 22, ano de 1976.
- o trágico acidente que matou Lady Diana, dia 31, ano de 1997.
- o atentado terrorista mata o diplomata Sérgio Vieira, dia 19,ano de 2003.
- o acidente trágico causa explosão na base de lançamento de satélites em Alcântara (MA), matando 21 pessoas, dia 22, ano de 2003.
Vivemos em um país de múltiplos contrastes: é o que possui – nominalmente - o maior contingente de católicos, mas também é onde mais cresce o número de evangélicos, sendo, também, o mais espírita dos países, e no geral, o mais místico....Ufa! Para alguns estudiosos do agosto (como mês do desgosto), a culpa parece ser dos colonizadores portugueses. Explicando: as mulheres portuguesas nunca casavam em agosto, época em que os navios zarpavam à procura de novas terras. Casar em agosto significava ficar só, sem lua-de-mel e, às vezes, até mesmo viúva. Daí a má fama do mês.À gosto ou contragosto, durma-se com gosto, ou desgosto, em agosto.

segunda-feira, 11 de junho de 2007

COMO PUBLICAR COMENTÁRIOS.

Tenho ouvido reclamações de leitores que não conseguem fazer e publicar seus comentários neste blog,razão por que resolvi "comentar sobre os comentários". Quando se clica em comentários - ao final de cada assunto publicado - são vistos campos para escrever, mas é preciso se atentar para os detalhes. Por exemplo, se você possui conta no gmail - google mail - tudo bem é só se identificar, escrever e publicar. Se não possui o gmail, você se enquadra em outros, logo - quer seja yahoo, uol, hotmail, etc...- passa a se identificar com o seu e-mail, e então escreve e publica o comentário. Caso deseje abrir uma conta -gratuita- no gmail, aí sim, você observa as palavras-chaves, cria o login e a senha, e, então, já com uma conta gmail, pode escrever e publicar o comentário. Finalmente, como primamos a liberdade em Cristo, você pode simplesmente não se identificar e como anônimo escrever e publicar seu comentário.

quinta-feira, 3 de maio de 2007

Onde estão os corruptos? (Procurando entender a ação corrupta e corruptora do homem)

Os dias são maus ou os homens são maus em dias bons? Que ligação existe entre fé e ciência? Como homem, vivo sem Deus?Como cientista, posso crer? Crendo, posso atuar cientificamente? Na busca destas e de outras respostas é que aceitei o desafio de escrever neste espaço.Sempre com dupla visão: a da CRUZ, espiritualmente, em Jesus Cristo e a da ESPADA,na racionalidade da ciência e de seus métodos, aliada à frieza e ao egoísmo do homem e de suas conquistas. Contradições explícitas? Não necessariamente. A rigor, tanto uma visão quanto a outra tem a ver com com o homem. Este ser tão pequeno, perdido na vastidão do cosmos, mas, ao mesmo tempo, tão imenso em seus domínios. Senhor sim, mas às vezes servo e servil.Subjugado,mas também, prepotente e corrupto.Aprecia a mensagem de paz, mas está continuamente em guerra:pela sobrevivência, pelo pão de cada dia, pelo emprego, pelo capital e, principalmente, pelo poder.Somos ou nos tornamos um misto de rigidez e ternura, amor e ódio,disputa egoísta e comunhão, solidariedade e desamor. Nos últimos dezoito meses temos sido surpreendidos pelas contínuas operações da Polícia Federal: Sanguessuga, Dominó, Saúva, e, mais recentemente, Furacão, dentre outras. São muitas, mas parece-me com um só foco: corrupção, desvios, descasos e desatinos. Tudo como resultante da certeza de impunidade que durante décadas (ou séculos?) alimentou a avidez dos oportunistas de plantão.E eles, os corruptos, estão em toda parte: nos palácios, mas também, nas mansões e nos casebres que abrigam "rabichos" e "gatos" que surrupiam a energia elétrica. Nos gabinetes de autoridades dos três poderes, mas também de empresários que sonegam e dão um jeito de ganhar mais. Nas escolas, onde alunos "colam" para receber uma nota a que não fazem jus. Nelas, professores, também, muitas vezes, desmotivados, participam do conhecido pacto da mediocridade: finge-se que ensina, finge-se que se aprende. E o que dizer da ética, sempre esquecida? Há neste país, graças a Deus, exceções a esta implacável regra.Homens e mulheres de bem, cidadãos que vivem de forma ordeira e preocupados com o presente, mas também com o futuro. E que futuro nos aguarda? A ação predadora do homem - que tem subjugado violentamente a terra, os recursos naturais, a flora e a fauna - tem trazido danos terríveis ao meio ambiente. As mudanças climáticas, as catástrofes ambientais, os tsunamis, as secas, as enchentes, são consequências danosas que, julgam os cientistas, estão apenas começando. Muito mais de pior está por vir. Temos consciência disso? A despeito do mais alto nível de corrupção na esfera do governo federal, o atual presidente se reelegeu. A lama atingiu a muitos de seus auxiliares diretos, mas não respingou nele.Não ao ponto de influir no julgamento popular, que simplesmente o absolveu.Por outro lado, chamou-me a atenção a quantidade de parlamentares ditos evangélicos que foram arrolados entre os sanguessugas.Foram eles eleitos, muitos até reeleitos, em cima de uma bandeira, a da crença comum, mas acima de tudo, da moralidade, da ética e do temor à Deus. Essa era a proposta de cada um deles. Que vergonha fazem-nos passar "esses irmãos"! Tudo igual, qual farinha do mesmo saco. Corrupto é corrupto, não importa a crença ou a falta dela. E o que dizer de muitas igrejas? Misturaram tudo e já não conseguem mais separar nada. Escolhem seus candidatos,dentre "os irmãos" e outros "escolhidos". Muitos revestem-se de uma aura de santidade. Passam como o mais puro trigo, mas revelam-se joio. Assumem discursos impregnados de chavões evangélicos. E impressionam pela oratória veemente, e mais, convencem. Prometem, tal qual na área secular, recursos para ajudar a igreja, com programas e projetos de geração de emprego e renda. E são ouvidos: melhor ainda, são eleitos. Mas mostraram a cara. Daí resulta um sentimento de desânimo, decepção e indignação. Eram tão convincentes! Falavam de Deus e pareciam ser verdadeiros! Mas há explicações para isso. Não basta falar de Deus, é preciso estar com Ele. Não basta falar de amor, ética e solidariedade. É preciso vivenciar. É preciso compreender que fazer o bem, faz muito bem. Mas, infelizmente, muitos são os que não compreendem ou não aceitam - simplesmente falam, mas não vivem assim. Pregam e ensinam até sobre ética,amor e temor à Deus, mas não vivem o que falam; comportam-se como que alheios a tudo e a todos. A essência da mensagem de Cristo - as Boas Novas - tem um fundamento: amor. Amor expresso nos relacionamentos, primeiro com o Pai, depois, com os outros.Não importa se esses outros estão muito próximos ou menos próximos, a mensagem é de amor, respeito, solidariedade e graça. Esta a mensagem que faz a diferença, esta é a mensagem em que acredito, e em acreditando, nela procuro viver.

sexta-feira, 27 de abril de 2007

A cidade planejada e a visão dos urbanistas: o caso de Palmas (TO)

Desde quarta feira - 25 de abril - encontro-me em Palmas, linda e jovem capital do estado de Tocantins. Estou a trabalho e participo de uma reunião das regionais norte e centro-oeste do FORPLAD, Fórum de Pró-Reitorias de Planejamento e Administração das Instituições Federais de Ensino- IFES, instância de assessoramento da ANDIFES -Associação Nacional dos Dirigentes das IFES.A acolhida pela anfitriã, a Universidade Federal de Tocantins, foi ótima, tendo seu Reitor feito a abertura dos trabalhos em auditório no campus da UFT. Os assuntos discutidos -desde a manhã daquele dia e até hoje, sexta feira, dia 27, foram marcantes e de suma importância para o planejamento e a gestão das IFES das regiões mencionadas. O hotel onde estamos - Victoria Plaza - também é acolhedor e saudável. Ao lançar meu olhar, entretanto, sobre a cidade de Palmas, não posso deixar de fazer analogia com Brasilia, afinal, ambas nasceram das pranchetas de arquitetos e urbanistas. Tanto uma quanto a outra foram planejadas e concebidas para serem mais que modernas, pós-modernas. O que se vê....? Traços e curvas, formas sinuosas e interessantes de se olhar e admirar. Mas meu olhar procura por pessoas nas ruas, nas largas avenidas e pouco vejo. Ou melhor, vejo muito, vejo as coisas, os objetos, as praças, as rótulas, os gramados verdejantes, os edifícios modernos e graciosos.... mas não vejo as pessoas. Ao chegar a cidade, um aeroporto pequeno, mas moderno, nos faz conduzir por uma via ampla de muitos e muitos quilômetros, com uma paisagem repleta de áreas verdes, mas sem construções.... um imenso vazio.... repito, muito verde, muitas terras, mas sem gente; não há casas, não há prédios... por muitos e muitos minutos... apenas o verde, a mata, mas sem habitantes. Quando se percebe que se chega à cidade, torna-se a ver avenidas largas, quadras divididas em terrenos para futuras construções... mas não há nada, muito menos pessoas. À noite, procurando um restaurante, pude ver que nas avenidas há circulação de carros - veículos pequenos e ônibus - com pessoas, mas de passagem, não são vistas,não há movimento de pessoas à pé. Também tudo parece ser muito distante.Incrível, a população atual de Palmas é de algo em torno de 190 mil habitantes, mas a cidade está projetada, com seus imensos espaços vazios para 600 mil/800 mil habitantes. E até que o futuro chegue, até que os espaços vazios sejam ocupados, muitos anos vão passar, até que se possa ver pessoas, senti-las, tocá-las... nem que seja apenas para "jogar uma prosa fora", mas que sejam pessoas, agindo simplesmente como pessoas nas ruas. Que o futuro venha logo e permita que em Palmas pessoas possam ser vistas, não dentro de carros, ou simplesmente de passagem, como eu, mas pessoas em busca de um encontro com outras...!

segunda-feira, 16 de abril de 2007

Cruz ou Espada? Entre a lógica da finita dimensão humana e a infinitude de Deus há um vasto campo de idéias que ora se unem ora se contrapõem!

Tenho pensado sobre algumas questões que suscitam dúvidas e que nos fazem permanecer em constante estado de perplexidade. Às vezes é difícil não fazer um paralelo entre a lógica das coisas do homem e a lógica de Deus. Como economista, consultor organizacional em planejamento, estratégias e gestão, e, desde 2005, Mestre em Desenvolvimento Regional e Meio Ambiente, aprendi e tenho ensinado nos últimos 20 anos que a lógica pela sobrevivência do homem passa pelas questões derivadas das posições darwinistas. São elas que asseguram sobrevida aos mais aptos, porquanto nas contendas do dia-a-dia somente saem vencedores os aguerridos, destemidos e implacáveis defensores do individualismo, do "eu" zinho, enfim, não podendo contar ou esperar pelos outros, devo assumir uma posição de confronto e ousadia.Afinal, cada um somente pensa em si mesmo, e salve-se quem poder. Na esfera do capitalismo sobrevivem os que aceitam e compartilham da lógica da acumulação e do lucro que deve ser gerado para que os "empreendedores" possam crescer e no mercado permanecerem. As pessoas estão sempre discutindo sobre méritos, sobre valorização pessoal e profissional. E somente estamos dispostos a fazer algo por alguém se houver merecimento. É preciso valer a pena, não é mesmo? Ou então, dito de outra forma: qual a vantagem que terei por fazer tal coisa? Não é isto - em essência - o que se defende hoje em no mundo das idéias capitalistas ? Além destas questões que sobressaem, outras mais precisam ser discutidas. E o que dizer da violência, da favelização das cidades brasileiras, dos escândalos que atingem não mais apenas os do Executivo, mas do Legislativo e até do Judiciário? Há 14 anos atrás, fui sacudido por uma outra lógica que teve um efeito devastador sobre minha vida: o entendimento de que Deus lança sobre nós a Sua Graça: o favor imerecido. Ao conhecer a realidade espiritual que simplesmente ignorava, algo aconteceu em minha vida. Continuei professor, economista e consultor. Continuei a viver em um mundo que segue a lógica capitalista da concorrência e do individualismo. Mas, aos poucos, não somente as leituras bíblicas, os estudos teológicos, mas acima de tudo, a intimidade e a compreensão das "coisas de Deus" levaram-me -literalmente - a uma nova e fascinante realidade. Os anos se passaram e de estudioso em Teologia, tornei-me pastor de uma igreja evangélica, na realidade co-pastor. Mas hoje, ou melhor, desde 28 de maio de 2006 sou pastor titular da Comunidade Graça e Paz Internacional, que tem atuado em um pequeno salão na Avenida 7 de Setembro nº 1805, em Porto Velho, quase em frente da Livraria Rondônia para Cristo. É, então, com o propósito de estabelecer - em princípio, pelo menos semanalmente - reflexões sobre os conflitos existenciais que nos cercam, daí o título CRUZ OU ESPADA ?, que estou aqui, apresentando-me. Que tipo de mensagens pode - se esperar deste blog? Reflexões que confrontam a posição do economista versus a do pastor, a do homem que quer ter intimidade continuada com Deus e do homem que vivendo aqui, como todos, neste mundo, presencia a plenitude da "nova era", do misticismo, da luxúria, da pedofilia, da corrupção desenfreada, da solidão, do desamor, da vaidade exacerbada e do egoísmo..! Enfim, tenho idéias, quero compartilhá-las com vocês. Até nosso próximo encontro.!
(NOTA COMPLEMENTAR: Desde a primeira semana de junho/2010 alterei a denominação deste blog que passa a se chamar REFLEXÕES SOB MÚLTIPLOS OLHARES que creio ser mais apropriado para contemplar os olhares do economista versus os olhares do pastor. O que importa é que esses olhares (ou jeito de ser e viver) caminhem de forma inseparável e indissolúvel, uma vez que fé e razão precisam dialogar e caminhar juntas).