quinta-feira, 3 de maio de 2007

Onde estão os corruptos? (Procurando entender a ação corrupta e corruptora do homem)

Os dias são maus ou os homens são maus em dias bons? Que ligação existe entre fé e ciência? Como homem, vivo sem Deus?Como cientista, posso crer? Crendo, posso atuar cientificamente? Na busca destas e de outras respostas é que aceitei o desafio de escrever neste espaço.Sempre com dupla visão: a da CRUZ, espiritualmente, em Jesus Cristo e a da ESPADA,na racionalidade da ciência e de seus métodos, aliada à frieza e ao egoísmo do homem e de suas conquistas. Contradições explícitas? Não necessariamente. A rigor, tanto uma visão quanto a outra tem a ver com com o homem. Este ser tão pequeno, perdido na vastidão do cosmos, mas, ao mesmo tempo, tão imenso em seus domínios. Senhor sim, mas às vezes servo e servil.Subjugado,mas também, prepotente e corrupto.Aprecia a mensagem de paz, mas está continuamente em guerra:pela sobrevivência, pelo pão de cada dia, pelo emprego, pelo capital e, principalmente, pelo poder.Somos ou nos tornamos um misto de rigidez e ternura, amor e ódio,disputa egoísta e comunhão, solidariedade e desamor. Nos últimos dezoito meses temos sido surpreendidos pelas contínuas operações da Polícia Federal: Sanguessuga, Dominó, Saúva, e, mais recentemente, Furacão, dentre outras. São muitas, mas parece-me com um só foco: corrupção, desvios, descasos e desatinos. Tudo como resultante da certeza de impunidade que durante décadas (ou séculos?) alimentou a avidez dos oportunistas de plantão.E eles, os corruptos, estão em toda parte: nos palácios, mas também, nas mansões e nos casebres que abrigam "rabichos" e "gatos" que surrupiam a energia elétrica. Nos gabinetes de autoridades dos três poderes, mas também de empresários que sonegam e dão um jeito de ganhar mais. Nas escolas, onde alunos "colam" para receber uma nota a que não fazem jus. Nelas, professores, também, muitas vezes, desmotivados, participam do conhecido pacto da mediocridade: finge-se que ensina, finge-se que se aprende. E o que dizer da ética, sempre esquecida? Há neste país, graças a Deus, exceções a esta implacável regra.Homens e mulheres de bem, cidadãos que vivem de forma ordeira e preocupados com o presente, mas também com o futuro. E que futuro nos aguarda? A ação predadora do homem - que tem subjugado violentamente a terra, os recursos naturais, a flora e a fauna - tem trazido danos terríveis ao meio ambiente. As mudanças climáticas, as catástrofes ambientais, os tsunamis, as secas, as enchentes, são consequências danosas que, julgam os cientistas, estão apenas começando. Muito mais de pior está por vir. Temos consciência disso? A despeito do mais alto nível de corrupção na esfera do governo federal, o atual presidente se reelegeu. A lama atingiu a muitos de seus auxiliares diretos, mas não respingou nele.Não ao ponto de influir no julgamento popular, que simplesmente o absolveu.Por outro lado, chamou-me a atenção a quantidade de parlamentares ditos evangélicos que foram arrolados entre os sanguessugas.Foram eles eleitos, muitos até reeleitos, em cima de uma bandeira, a da crença comum, mas acima de tudo, da moralidade, da ética e do temor à Deus. Essa era a proposta de cada um deles. Que vergonha fazem-nos passar "esses irmãos"! Tudo igual, qual farinha do mesmo saco. Corrupto é corrupto, não importa a crença ou a falta dela. E o que dizer de muitas igrejas? Misturaram tudo e já não conseguem mais separar nada. Escolhem seus candidatos,dentre "os irmãos" e outros "escolhidos". Muitos revestem-se de uma aura de santidade. Passam como o mais puro trigo, mas revelam-se joio. Assumem discursos impregnados de chavões evangélicos. E impressionam pela oratória veemente, e mais, convencem. Prometem, tal qual na área secular, recursos para ajudar a igreja, com programas e projetos de geração de emprego e renda. E são ouvidos: melhor ainda, são eleitos. Mas mostraram a cara. Daí resulta um sentimento de desânimo, decepção e indignação. Eram tão convincentes! Falavam de Deus e pareciam ser verdadeiros! Mas há explicações para isso. Não basta falar de Deus, é preciso estar com Ele. Não basta falar de amor, ética e solidariedade. É preciso vivenciar. É preciso compreender que fazer o bem, faz muito bem. Mas, infelizmente, muitos são os que não compreendem ou não aceitam - simplesmente falam, mas não vivem assim. Pregam e ensinam até sobre ética,amor e temor à Deus, mas não vivem o que falam; comportam-se como que alheios a tudo e a todos. A essência da mensagem de Cristo - as Boas Novas - tem um fundamento: amor. Amor expresso nos relacionamentos, primeiro com o Pai, depois, com os outros.Não importa se esses outros estão muito próximos ou menos próximos, a mensagem é de amor, respeito, solidariedade e graça. Esta a mensagem que faz a diferença, esta é a mensagem em que acredito, e em acreditando, nela procuro viver.